Crescimento de emprego formal na Mineração foi de 3% no primeiro trimestre
O Informe Mineral do 1º Trimestre de 2021, produzido pela ANM, indica que salário médio é de R$ 2.166,14
Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou a primeira edição trimestral do Informe Mineral, publicação que é referência do desempenho do setor mineral brasileiro. Com a mudança da periodicidade, que antes era semestral, a ANM disponibiliza à sociedade informações mais atualizadas sobre valores e quantidades de produção, preços nacionais e internacionais das substâncias minerais, situação do mercado de trabalho e arrecadação de royalties e taxas da mineração brasileira.
O Informe Mineral do 1º Trimestre de 2021 apresenta mudanças importantes na forma de obtenção e tratamento dos dados estatísticos, que tornam a publicação mais dinâmica. A mudança mais importante é a nova forma de cálculo do Indicador da Produção Mineral (IPM), que mostra a evolução percentual dos valores e quantidades de produção: agora, o IPM passa a se basear em 100% da base oficial de recolhimentos do royalty da mineração, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Com isso, utiliza dados concretos do momento em que a produção mineral é efetivamente comercializada ou transferida para a cadeia industrial, refletindo de forma mais imediata o impacto do setor na economia brasileira.
Outras novidades incluem a atualização da cesta de substâncias minerais que compõem as exportações e importações brasileiras no setor mineral, e a nova forma de captação dos dados do mercado de trabalho, que agora contemplam todos os tipos de vínculos formais de trabalhadores no setor, e não apenas a CLT.
“Passar a publicar o Informe Mineral a cada trimestre é uma iniciativa sintonizada não apenas com os projetos em andamento para a modernização da Agência Nacional de Mineração, mas, também, com a evolução cada vez mais rápida das variáveis nacionais e mundiais que influenciam a viabilidade dos projetos mineiros e os estudos acadêmicos no setor”, pontua Marina Dalla Costa, gerente de Economia Mineral da ANM.
Mercado de trabalho
O saldo de emprego formal no setor mineral (diferença entre admissões e desligamentos), fornecido pelo Novo CAGED1, é referência importante para a análise do desempenho do Setor Extrativo Mineral (desconsiderando petróleo e gás) do País. Foram selecionados seis grupos de atividades CNAE 2.0: Extração de Carvão Mineral (50);Extração de Minério de Ferro (71); Extração de Minerais Metálicos Não Ferrosos (72); Extração de Pedra, Areia e Argila (81); Extração de Outros Minerais Não Metálicos (89); e Atividades de Apoio à Extração de Minerais, Exceto Petróleo e Gás Natural (99).
No primeiro trimestre de 2021, o setor de Extração Mineral registrou a geração de 5.346 postos de trabalho. Em relação ao trimestre anterior, o estoque de trabalhadores subiu de 179.876 para 185.222, registrando crescimento no emprego formal de 3% no período.
Entre os principais Estados empregadores do setor Extrativo Mineral, Minas Gerais representa 35,6% do total, concentrando mais da metade desses postos de trabalho na Extração de Minério de Ferro. O Pará representa 12,7%, concentrados sobretudo na Extração de Minério de Ferro e Extração de Minerais Metálicos Não Ferrosos. São Paulo (7,3%) emprega principalmente na Extração de Pedra, Areia e Argila, e, na Bahia (6,7%), quase metade dos postos de trabalho da mineração estão na Extração de Minerais Metálicos Não Ferrosos.
O único setor da Indústria Extrativa Mineral que apresentou saldo de mão-de-obra negativo no 1º trimestre de 2021 foi o de Extração de Carvão Mineral (-36), em continuidade à tendência dos trimestres pregressos. Dessa forma, observou-se, no 1º trimestre de 2021, saldos positivos de novas contratações que podem indicar um aquecimento sustentado nos níveis de atividade em cinco dos seis setores da IEM, com as seguintes gerações de novos postos de trabalho: Atividades de Apoio à Extração de Minerais, Exceto Petróleo e Gás Natural, 215; Extração de Outros Minerais Não Metálicos, 594; Extração de Minerais Metálicos Não Ferrosos, 827; Extração de Minério de Ferro, 1.661; e Extração de Pedra, Areia e Argila, 2.085.
Quando analisado por Estado da Federação, é possível observar que houve comportamentos regionais distintos no mercado de trabalho do setor de Extração Mineral.
As unidades da federação que geraram os maiores saldos absolutos positivos foram: MG (7.940), PA (3.401) e GO (1.603). O grupo de atividade Extração de Minério de Ferro no estado de MG foi responsável pela geração da maior parte das vagas no setor de Extração Mineral (1127), notadamente nos municípios de Congonhas (381), Itabirito (135), Nova Lima (135) e Itatiaiuçu (91). Já no Pará (359 em Extração de Minério de Ferro), os maiores acréscimos ao estoque de mão-de-obra ocorreram em Canaã dos Carajás (159) e Parauapebas (159).
Em relação à variação relativa do estoque de mão-de-obra no primeiro trimestre de 2021, comparada ao do primeiro trimestre de 2020, todos os Estados apresentaram crescimento, exceto AC (-9,8%), PB (-5,1%), RS (-1,2) e RO (-0,1%). As maiores variações relativas deram-se em SE (105,4%), AL (49,7,3%), MT (24,9%) e DF (22,8%).
Com relação ao salário médio do trabalhador nos grupos de atividades da indústria extrativa mineral, a atividade que apresentou o maior salário médio foi a Extração de Minerais Metálicos Não Ferrosos (R$ 3.143,80), seguida pela Extração de Minério de Ferro (R$ 2.840,46) e pela Extração de Carvão Mineral (R$ 2.543,44). A remuneração média do setor de Extração Mineral, desconsiderando petróleo e gás, foi de R$ 2.166,14.
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